A produção brasileira de grãos na safra 2022/23 pode chegar a 309,9 milhões de toneladas. Quase metade desse volume total é resultado das lavouras de soja, o que representa uma colheita em torno de 151,4 milhões de toneladas, como mostra o 6º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmado, o volume de soja a ser colhido nesta temporada é 20,6% superior ao registrado no ciclo anterior, o que aponta uma recuperação na produtividade das lavouras que foram atingidas pelas condições climáticas adversas no período de 2021/22. A atual estimativa de produção da oleaginosa cresce se comparada com o ciclo passado, mas representa uma variação negativa de 1% em relação ao último anúncio da Conab devido à intensificação, em fevereiro, dos danos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul. No entanto, essas perdas foram compensadas, em parte, pelos ganhos observados em Tocantins, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, explica a Conab. A colheita avança em todas as regiões, com percentuais abaixo da safra passada. Esse ritmo mais lento é explicado por motivos distintos, como o excesso de chuvas, que dificulta o tráfego de máquinas nas lavouras. Além das precipitações durante a colheita, é preciso lembrar que em algumas áreas o plantio da soja foi realizado de forma tardia.No Rio Grande do Sul, a colheita é lenta e não ultrapassa os 5% da área de soja. Segundo a Emater-RS, as lavouras já colhidas apresentam produtividades entre 300 e 3.000 quilos por hectare, diante das irregularidades climáticas ocorridas no Estado ao longo deste ciclo. A maior parte das áreas encontra-se em fase de enchimento de grãos, 52%, quando ainda há necessidade de chuvas para definir o rendimento e o cenário segue adverso.Fonte: Conab e Emater-RS